sexta-feira, 7 de novembro de 2014

MISSA DE 1 MÊS DO CORONEL WALDIR DE PAULA, PAI DE ANDRÉ DE PAULA.
DIA 12/11, ÀS 11H, NA IGREJA DE SANTA LUZIA
RUA SANTA LUZIA - CENTRO - PRÓXIMO À AV. ANTONIO CARLOS

REPRODUÇÃO DA NOTA PUBLICADA PELA AGÊNCIA PETROLEIRA DE NOTÍCIAS:

Morre o Coronel Waldir de Paula , pai de André de Paula
O advogado André de Paula, incansável militante em favor dos pobres, dedicado à luta pelo direito de todos à moradia e, também, à campanha Todo o Petróleo Tem que Ser Nosso, convida amigos e amigas para a missa de 30º dia de seu pai, Waldir de Paula.
Do pai, André herdou o amor pelos pobres e uma profunda fé em Deus. Ele deixa registradas suas palavras de despedida e agradecimento ao velho coronel:
Foi-se meu velho pai com 91 anos de coerência e retidão, e também de alguns erros, que sempre procurou corrigir. No colégio de padres e na academia militar sempre ajudou os companheiros mais pobres financeira e intelectualmente.
Doutrinado que foi no exército e na igreja conservadora, no anticomunismo doentio, participou como oficial da ativa do Golpe Policial-militar de 1964, tendo rompido com o mesmo após verificar pessoalmente as torturas que aconteceram.
Mais tarde, quem diria, seus filhos (eu e minha irmã) e seu genro foram presos e indiciados por crimes contra a segurança nacional e a ordem político-social por agitação no meio rural. Éramos agentes da Pastoral da Prelazia de Conceição do Araguaia, no sul do Pará.
No confronto armado entre posseiros e grileiros protegidos por policiais, dois destes morreram na região de São Geraldo do Araguaia. Fugindo para o Rio, fomos escondidos em sua casa de onde fomos arrancados violentamente para o Batalhão da Polícia do Exército da Rua Barão de Mesquita e dali para o quartel general de Belém do Pará, tendo antes passado pelo calabouço da Aeronáutica, no aeroporto militar.
Papai não se fez de rogado: desacatou o general Euclides de Figueiredo e seu ex-aluno, coronel Ernani Guimarães Teixeira, que, entre outros, comandaram as torturas que sofremos. Ainda denunciou o caso para o então presidente da CNBB, Dom Aloísio Lorcheider, e para o cardeal do Rio Dom Eugênio Sales. Isto, ao que tudo indica, salvou nossas vidas.
Tornou-se brizolista após o rompimento com a ditadura, tendo nas últimas eleições votado, sucessivamente, em Lula e Dilma. Temia ele que indo mais para a esquerda (para além do PT) o país voltasse às mãos dos militares. Ajudou-me ainda a pagar o INSS para que eu pudesse ser aposentado. Assim era ele, bom marido por 67 anos, avô, pai, tio e padrinho de muitas pessoas pobres; enfim, um católico coerente. (Por André de Paula)
Fonte: Agência Petroleira de Notícias

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