
Baiano é
negro, portanto plenamente compatível com o nosso navio negreiro do século XXI.
Para o azar da polícia, do Beltrame e de toda a corja burguesa que toma
tranquila seu café da manhã todos os dias para depois dar ordens de matar se
preciso for – porque o que importa é justamente salvaguardar a tranquilidade do
café da manhã – Baiano não demonstra medo, nenhum. É esse seu exemplo nas ruas:
gritar para tentar salvar as próximas vidas, sobretudo as que têm peles iguais
à sua, mesmo que por causa disso a sua própria passe a estar na mira. Não é à
toa que é justamente ele quem permanece preso. Ele virou, ao longo desses
meses, entre outros, um dos mais visados pela PM, tentando espreitar, humilhar
e reprimir quem identificava como “líderes”.
Porcos fardados são pagos para calar catarses,
e para calar principalmente a coragem e o brio dos que se dispõem a dar o
exemplo aos seus, de que não é no silêncio consolidado nos nossos séculos de
colonização e apartheid, morrendo calado, que a situação por um passe de
mágica, vai se reverter, de que é possível enfrentar este poder aparentemente
eterno, fragilmente consolidado, profundamente genocida, obviamente
irresistível a um levante organizado popular. Enquanto Baiano continuar preso,
temos todos muito a perder. E o Estado,
a classe dominante e o status quo, muito a ganhar.
Liberdade para
Baiano já!
Depoimento de Aline Magalhães em 29/10/13, via Facebook.
Depoimento de Aline Magalhães em 29/10/13, via Facebook.