A FARSA ELEITORAL
ANDRÉ DE PAULA
Há muito não tenho mais título de eleitor pois de nada serve
tal instrumento. Sendo obrigatório o comparecimento às urnas, pratico a
desobediência civil, uma vez que não voto, não justifico, não pago um centavo
que seja há várias eleições. São elas,na verdade, um circo comandado pelas
grandes empresas que as financiam. Depois
de eleitos, os candidatos evidentemente terão que governar e legislar para quem
os bancou. PT,PMDB,PSDB e PSB, os
maiores partidos, estimam gastar mais de R$ 500 milhões segundo suas próprias informações,
nada fidedignas, sendo que os outros gastarão também muito dinheiro. Aliás, os
partidos maiores têm mais propaganda
mesmo nos horários gratuitos de rádio e TV.
Os candidatos e o TSE tentam convencer o povo da importância
que as eleições realmente não têm. A população já descobriu ser jogo de cartas
marcadas, de que de nada adiantam as eleições,uma vez que sempre ganha o
capital, seja de que partido for. Por isso mesmo,muitos vendem o voto, trocam por
pequenos benefícios, anulam, votam em branco ou simplesmente fazem como eu: não comparecem as urnas.
Nas últimas eleições, apesar de toda a propaganda indutiva e coercitiva,autêntica lavagem
cerebral ao comparecimento eleitoral, dos 136 milhões aptos a votar, 29 milhões
se abstiveram, 6,1 milhões votaram nulo e 3,4 milhões votaram em branco
perfazendo um total de quase 40 milhões de votos inválidos. Agora, este número
vai aumentar e muito,pois o PT faz o mesmo que os governos entreguistas do
passado.Os partidos que se apresentam como aparentemente de esquerda e mais combativos (PSTU,PCB,PCO e
PSOL) na verdade apenas são a cereja do bolo, em nada influenciando a vontade
dos dominantes, mesmo porque sabem que são consentidos para dar aparência de
uma democracia que na verdade não existe.
Os movimentos sociais, o povo na rua, os sindicatos dos
trabalhadores combativos, esses é que poderão, através das mobilizações,trazer
a mudança, a tão sonhada revolução.Na verdade,para democratizar as eleições o
voto não deveria ser obrigatório;a escolha dos candidatos seria feita nos
bairros ;o espaço e tempo de propaganda seriam igualitários,inclusive para o
voto nulo e abstenções;fim da indicação de ministros pelo governo, com eleição
direta para membros do STF,STJ e TSE.Em vez da atual forma antidemocrática de
eleição, o povo deveria ser consultado através de plebiscitos para as questões
que envolvam a soberania nacional e popular como o fim dos leilões e a
aplicação dos recursos do petróleo para a reforma agrária, reforma urbana,saúde
e educação;para punir os torturadores do golpe terrorista de caráter fascista
de 1964.Esses plebiscitos acontecem de forma contumaz na Venezuela, por
exemplo.Por fim , destituição, mediante votação,dos representantes que não
cumprirem com as promessas de campanha.Ou seja,várias eleições pra valer,em vez
do engodo do atual processo de “escolha”.
O MELHOR É A DESOBEDIÊNCIA CIVIL: NÃO VOTE !
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