André de Paula
O padre espanhol Domingos de
Gusmão fundou a ordem dos Pregadores em 1216, na França, abrigando frades,
religiosas, monjas contemplativas e leigos vivendo na mendicância para combater
o fausto da Igreja.
O carisma da Ordem é o estudo,
oração, pregação e opção pelos pobres.
Os primeiros procediam da Universidade
de Bolonha na Itália, de Oxford na Inglaterra e de Sorbone na França.
Os dominicanos fundaram as
duas primeiras Universidades da América Latina: a de Santo Domingo na República
Dominicana, em 1538, e a de São Marcos no Peru, em 1551.
No Brasil, se dedicaram aos
indígenas, ao movimento estudantil, aos movimentos sociais e à defesa dos
direitos humanos.
Destacam-se, entre os mais
conhecidos, Tomás de Aquino, Doutor da Igreja, autor da Suma Teológica, e que
disse que “a terra é de quem nela vive e
trabalha” e que “quando não houver
outra forma de remover um governante tirano, recorrer às armas é válido”.
Santa Catarina de Sena, apesar
de analfabeta, também é doutora da Igreja, conseguindo unificá-la, àquela época
dividida em dois papados.
Bartolomeu de Las Casas
denunciou a opressão a que eram submetidos os indígenas pela colonização hispânica,
tendo elaborado a primeira Carta de Direitos Humanos da América Latina, tendo
sofrido perseguição por isso.
Campanella pregava a abolição
da propriedade privada, sofrendo prisão por longos anos.
Francisco de Vitória lançou as
bases do direito internacional.
Savonarolla que vociferava
contra a degradação moral e os privilégios dos poderosos foi morto pela inquisição, mesmo fim que teve
Giordano Bruno. Aliás, a Inquisição mostra o lado negativo da Ordem, pois esta
foi fomentada pelos Dominicanos, comandadas pela figura sinistra de Torquemada,
quando São Domingos já tinha morrido.
Martinho de Porres, peruano
negro, símbolo da humildade e da luta contra o racismo e escravidão, conseguiu
entrar na Ordem, uma vez que nos anos de mil e seiscentos os índios e os negros não podiam ingressar na Ordem por quatro
gerações.
Dominique Pire, lutador na
resistência belga contra o nazismo, ajudou a fuga de várias pessoas e
trabalhou, depois, com os camponeses, tendo, por seu trabalho, recebido o
prêmio Nobel da Paz em 1958.
No Brasil, Matheus Rocha fez
da ação católica um movimento progressista que nos deu Betinho, entre outros, e
que influenciou os frades Betto, Ivo, Fernando, Osvaldo, Tito e outros a
enfrentarem a ditadura militar empresarial de 1964, recebendo eles atrozes torturas
por isso, sendo Tito levado ao suicídio, depois de ficar louco, devido às
terríveis torturas praticadas pelo psicopata delegado Fleury.
Tomás Balduíno, Bispo que se
dedicou ao povo indígena tendo presidido o CIMI- Conselho Indigenista Missionário e a CPT- Comissão Pastoral da
Terra.
A Comissão Dominicana de
Justiça e Paz, bastante atuante, tornou-se uma expressão fundamental das
prioridades definidas pela Ordem, congregando frades, religiosas e leigos
voltados à busca de uma terra sem males. No Brasil, além de frades, monjas
contemplativas e religiosas dedicadas à educação, existe o movimento juvenil
dominicano e leigos identificados com o carisma da Ordem, entre os quais me
incluo, humildemente.
Três compromissos definem o
carisma dominicano: lutar por justiça e pela partilha dos bens da terra e dos
frutos do trabalho humano (pobreza),
fidelidade ao carisma de São Domingos, Pregador do Evangelho(obediência),
gratuidade na entrega amorosa e solidária da vida a todos e, em especial, aos
que carecem de condição digna de vida(castidade).
André de Paula é advogado da
Frente Internacionalista dos Sem-Teto (FIST) e membro da Anistia Internacional.
Contatos:
Correio eletrônico:
fist17@gmail.com
https://www.facebook.com/frenteinternacionalista.fist
http://fistrj.blogspot.com.br
(21) 99606-7119
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