quinta-feira, 25 de junho de 2015

| FIST LEVA ABUSOS CONTRA OCUPANTES ATÉ A COMISSÃO DE SEGURANÇA COMUNITÁRIA |

Durante a reunião da comissão, estando presente o comandante do 5º Batalhão ( centro ), o advogado da FIST e dois ocupantes se pronunciaram e entregaram uma nota de repúdio às perseguições políticas praticadas. Segue abaixo na íntegra o documento entregue às "autoridades":

Frente Internacionalista dos Sem Teto – FIST


A Frente Internacionalista dos Sem Teto – FIST vem por meio desta comunicar a todos a série de ocorrências estranhas, assustadoras e preocupantes que vem assolando uma das mais novas ocupações filiadas à nossa entidade.
A ocupação Ines Etienne Romeu, localizada à rua do Resende, 169 está sofrendo uma brutal perseguição política por parte das forças reacionárias presentes em nossa sociedade e no poder público por meio de violências inomináveis, tortura, prisões questionáveis e racismo. Dentre os fatos ocorridos podemos citar a princípio a presença ameaçadora de viaturas do poder público municipal ou estadual em frente ao edifício, violência física durante invasão sem odem judicial e ameaças racistas contra trabalhadores ocupantes do local.
A perseguição política contra os ocupantes teve início com a prisão de duas ocupantes sob circunstâncias estranhas, tendo logo após mais uma companheira presa enquanto procedia na emissão de um documento. Logo após esta sequência de prisões, os atos de violência se iniciaram. Bruno, um ambulante, foi violentamente agredido fisicamente em meio ao largo da carioca, em uma operação que visava somente ele, visto que vários outros ambulantes sequer foram vistoriados. Kleiton, um estudante universitário foi cercado dentro de um supermercado e falsamente acusado de furto, enquanto homens com pedaços de madeira se aproximavam para espancá-lo.
O episódio mais chocante ocorreu ha pouco mais de uma semana, quando dois policiais, supostamente atendendo a um chamado de uma mulher, adentraram a ocupação sem mandado, agredindo o então ambulante Rodrigo – o qual não estava envolvido no suposto chamado da mulher citada – e procedendo, segundo ocupantes, a atos de tortura com armas de baixa letalidade em partes íntimas e uso de armas letais de forma ameaçadora contra pessoas desarmadas. Os PMs Brandão e Chagas utilizaram de suas pistolas para humilhar e de outros artifícios para torturar um trabalhador em frente a sua família! Rodrigo, ao ter sua vida ameaçada teve de pular do segundo andar do edifício temendo pela própria vida, logo após ser interpelado pelos suboficiais em questão de que se trataria de uma questão pessoal e que iriam “esculachar” mesmo.
Mesmo após esta ocorrência hedionda, diversas colocações racistas foram proferidas por “seguranças” do comércio local, em tom claro de racismo e pré-julgamento preconceituoso, demonstrando a fragilidade da segurança pública na região, que se caracteriza como um poço de crimes hediondos como racismo e tortura.
A Fist repudia tais acontecimentos e está tomando as medidas jurídicas cabíveis para buscar no judiciário a punição devida aos praticantes de tamanha violência contra trabalhadores inocentes e para a defesa das três ocupantes presas.


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