domingo, 21 de junho de 2015


A CRISE ECOLÓGICA ESTÁ DEIXANDO MILHÕES DE PESSOAS SEM TERRA E SEM TETO


O dia 5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente. Essa data foi escolhida na primeira conferência da ONU sobre o tema, em 1972. E esse ano vai acontecer a Conferência de Paris, em novembro, ainda para discutir os problemas ambientais, que ficaram muito mais graves desde aquela época. O objetivo a Conferência de Paris é impedir o aumento da temperatura provocado pela concentração de gás carbônico no ar. Esse aumento gera o efeito estufa, que impede a Terra de perder o calor do Sol, como numa estufa de plantas. Esse efeito já está provocando catástrofes no mundo inteiro.

Na Ásia, o aumento do nível do mar está fazendo com que milhões de pessoas tenham que sair das suas terras para fugirem das enchentes cada vez maiores. No Brasil, os índios estão lutando contra a destruição das suas terras pelo agronegócio e os sem-terra, muitas vezes, estão vendo as suas terras ficarem imprestáveis para o plantio.

Nas cidades nós também sofremos com a destruição do meio ambiente. As melhores áreas são ocupadas pelos ricos, e eles sempre tentam empurrar os trabalhadores para as regiões mais distantes, que costumam ser as que recebem o despejo do lixo e da poluição mais pesada. Muitas remoções acontecem para expulsar os moradores de lugares que estão valorizados, enquanto os donos de mansões em áreas de preservação ambiental não sofrem nenhuma punição.

Como a maioria dos pobres no Brasil é negra, isso é chamado de racismo ambiental. E as mulheres também são mais afetadas que os homens pelos problemas ambientais. Primeiro porque as mulheres são a maioria dos mais pobres. Depois, porque são geralmente as mulheres que são encarregadas pela sociedade machista de fazer os trabalhos domésticos com água e comida, que são diretamente afetados pela poluição.

A crise ecológica não pode ser resolvida dentro do sistema capitalista em que vivemos. Toda produção é voltada para o lucro, então as grandes empresas não querem ter que gastar dinheiro com medidas de proteção à natureza e à população. É por isso, que os governos das grandes potências capitalistas nunca chegam a nenhum acordo sobre ações concretas para evitar a catástrofe ecológica. E, infelizmente, nessa conferência vai acontecer a mesma coisa.

Somos nós, trabalhadores, os mais afetados pela catástrofe ambiental que temos que lutar contra ela, já que os ricos não vão fazer isso. E essa luta não pode se resumir a atitudes individuais, como economizar água, reciclar o lixo, como a televisão fala. O desperdício de água de uma grande empresa é infinitamente maior que o de uma pessoa deixando uma torneira aberta, por exemplo. Por isso, a luta tem que ser coletiva e tem um inimigo claro: o Estado e as grandes empresas, que são os grandes poluidores.

Por exemplo, o Ocupa Golfe enfrenta o Eduardo Paes que quer destruir a APA (Área de Proteção Ambiental) do Marapendi para construir um campo de golfe, que é um esporte elitizado. Ou os índios da Aldeia Maracanã, em luta contra o governo do Estado para preservar o seu patrimônio cultural.

Então, existem várias lutas acontecendo contra ataques à natureza e aos povos indígenas e que afetam a questão da moradia. A FIST participa delas e pode ajudar a aumentar a consciência do povo e a ligar a luta pela moradia com a defesa do meio ambiente, ameaçado cada vez mais pelo capitalismo.

As lutas ecológicas podem e devem fazer parte da luta pelo socialismo. Somente com a construção do poder popular, ou seja, com o governo dos trabalhadores através dos movimentos sociais é possível resolver a crise ambiental. Para a humanidade sobreviver, o capitalismo precisa ser substituído por uma economia que não seja baseada no lucro ,na qual o que vai ser produzido e as novas tecnologias sejam escolhidos democraticamente pelas pessoas afetadas, com o objetivo de garantir a melhora do nível de vida e o menor impacto negativo possível sobre a natureza.

Rodrigo do O

Nenhum comentário: