O Fundo Imobiliário do Banco Opportunity
comprou o primeiro cinema carioca a exibir um filme sonoro, o Cine Palácio,
tombado pelo Patrimônio Histórico, e o
terreno ao lado do cinema, onde funcionavam o estacionamento da loja de departamentos
Mesbla e outros 17 sobrados.
O novo empreendimento do Banco será um grande centro empresarial de 17 andares com mais de 100.000 metros quadrados de construção, sendo 70.000 metros quadrados de área privativa, três subsolos de garagem com mais de 400 vagas e lojas no pavimento térreo.
O megaprojeto terá integração de três torres em todos os andares e uma ocupação horizontal de até 4.000 metros quadrados.O fim das obras, previsto para 2014, fará do ex-corredor cultural do Rio um grande corredor empresarial.
O novo empreendimento do Banco será um grande centro empresarial de 17 andares com mais de 100.000 metros quadrados de construção, sendo 70.000 metros quadrados de área privativa, três subsolos de garagem com mais de 400 vagas e lojas no pavimento térreo.
O megaprojeto terá integração de três torres em todos os andares e uma ocupação horizontal de até 4.000 metros quadrados.O fim das obras, previsto para 2014, fará do ex-corredor cultural do Rio um grande corredor empresarial.
OPPORTUNITY COMPROU TAMBÉM A RUA DA CARIOCA
Por André Paino, do R7
Foto: Luís Fernando Reis
Os 19
prédios da rua da Carioca, no centro do Rio, que pertenciam à entidade
religiosa Venerável Ordem Terceira de São Francisco (VOTSF) foram vendidos ao banco Opportunity por R$ 54 milhões. Os edifícios do século 19 estão em mau estado de conservação e terão de ser
reformados pelos atuais inquilinos, de acordo com o presidente do banco, Dório
Fermn. O investidor disse garantir que nenhum dos comerciantes, que atualmente
ocupam os prédios, será despejado. Mesmo assim, os empresários disseram que vão
à Justiça tentar barrar a venda.
A VOTSF
vendeu os edifícios em um único lote, alegando dificuldades financeiras para
manter o hospital que possui no Rio, segundo Fermn. Tombados desde 1983 pelo
Inepac (Instituto Estadual do Patrimônio Cultural), os casarões têm de ser
mantidos em suas características originais, o que caberá agora aos inquilinos.
— [A compra]
é um negócio bom, com seu comércio. Compramos porque acreditamos no Rio e
principalmente no centro do Rio. Os casarões estão maltratados e têm um valor
arquitetônico muito grande. Vamos dar incentivo para os inquilinos cuidarem dos
imóveis.
A transação
para a compra milionária levou entre um e dois meses, segundo Fermn. O dinheiro
da compra foi usado para quitar dívidas fiscais do hospital da VOTSF, de acordo
com o investidor. Ele diz que os casarões estão com a estrutura e os telhados
comprometidos e que vai aos poucos comunicar os comerciantes sobre as obras que
têm de ser feitas para a recuperação dos edifícios.
— Queremos
que os imóveis fiquem ‘um brinco’. Vamos avaliar o que cada um precisa fazer e
acho que em um ano a rua será outra.
No entanto,
os 42 comerciantes da Sarca (Sociedade Amigos da Rua da Carioca e Adjacências)
se reúnem na próxima segunda-feira (10) para discutir como vão entrar na
Justiça contra a venda para o Opportunity. Segundo o presidente da associação,
Roberto Cury, a venda é ilegal porque os inquilinos não tiveram preferência na
compra, como manda a Lei do Inquilinato.
— Eles não
podiam vender em bloco [os casarões], deveriam vender para cada lojista. Vamos
nos reunir na segunda-feira. Um dos comerciantes já conseguiu uma liminar onde
a Justiça entendeu que os casarões não são uma única edificação. Cada
comerciante quer comprar um casarão.
A rua da
Carioca abriga importantes pontos comerciais tradicionais do Rio, como o Bar
Luiz, no local desde 1926. O bar foi um dos primeiros a vender chope na cidade.
Outro estabelecimento importante para a história do Rio é o Guitarra de Prata,
loja de instrumentos musicais que já recebeu importantes nomes da música
brasileira, como Nelson Gonçalves e Dorival Caymmi.