sexta-feira, 20 de outubro de 2017

OPINIÃO - A VITÓRIA ELEITORAL NA VENEZUELA

André de Paula

                        O ex-presidente Carter dos Estados Unidos afirmou que o processo eleitoral na Venezuela é o mais limpo do mundo. Realmente, o eleitor passa por biometria, votando eletronicamente e no papel. E há auditoria de todas as eleições. Cinquenta observadores internacionais, sendo sete brasileiros entre os quais o juiz André Luiz de Morais Pinto atestaram que, realmente, o sistema eleitoral do país é exemplarmente blindado à fraude.

Foram vinte e duas as consultas ao povo desde que o chavismo ascendeu ao governo, fazendo com que a Venezuela seja um dos países mais democráticos. Apesar disso, tem de haver ainda um aperfeiçoamento, pois a oposição endinheirada e direitista controla a maioria da comunicação e teve muito mais tempo que o chavismo na grande mídia.

Outros que perderam foram os institutos de pesquisas que saíram totalmente desmoralizados ao apontarem a vitória da oposição. Maduro vem fortalecendo as rádios e as tvs comunitárias e a Telesur, mas precisa ser mais duro com os grandes meios de comunicação que espalham mentiras dia e noite, como a nossa grande imprensa que aqui prognosticou, também, a vitória oposicionista. A nova Constituinte foi a pá de cal nas pretensões da burguesia venezuelana golpista e fator determinante para a gestação do socialismo em marcha que enfrenta, ainda, as sanções econômicas, pois os Estados Unidos não toleram que qualquer país seja livre.

Cessaram as manifestações terroristas. Alimentos estocados pelos empresários foram encontrados, confiscados e distribuídos para o povo. Sim, porque cada vez mais o protagonista é o “povo lascado”, trabalhadores, camponeses, indígenas, idosos, estudantes, deficientes físicos, entre outros que junto com os partidos dão a direção na condução do país. Estão armados e em estreita relação com as forças armadas bolivarianas, patriotas e socialistas.

Com estes conselhos comunais o povo pobre passa a ter cada vez mais atendimento médico gratuito no bairro onde moram, direito ao estudo gratuito desde o primário até a universidade, com constantes aumentos de salário acompanhando a inflação. Diversifica-se a produção para sair da dependência exclusiva do petróleo, que tem na Venezuela a maior reserva do mundo. Por isso, a cobiça sobre esse país e a campanha difamatória para justificar, depois, a invasão do país e o roubo do petróleo como fizeram no Iraque, Líbia e tentaram fazer na Síria.

Nos Estados Unidos, país que quer servir de exemplo para o mundo, nem 50%(cinquenta por cento) da população participa do processo eleitoral que é indireto. Não há voto universal para eleger o Presidente. O povo não tem qualquer mecanismo de participação na ditadura dos partidos Democrata e Republicano. Na Venezuela, que também não tem voto obrigatório, 61%(sessenta e um por cento) da população votou. Participação esta impressionante, acima da média mundial. O chavismo teve 54%(cinquenta e quatro por cento) dos votos, elegendo 18 dos 23 governadores. Vitória acachapante, ganhando, inclusive, em Miranda, berço da reação do títere marionete dos Estados Unidos, Governador Henrique Capriles, candidato à Presidência, derrotado várias vezes.

Os venezuelanos, que tinham dado um voto de confiança à oposição, quando esta elegeu a maioria para a assembleia nacional, ficaram chocados com os protestos violentos que a direita fez queimando pessoas vivas e trancando ruas durante quatro meses. Miranda que é governada pela oposição, ocupa o primeiro lugar em violência e ficou, praticamente, sitiada durante quatro meses, acabou sendo castigada. Ela que abriga os paramilitares que são usados para o terrorismo e onde aconteceram 18% dos homicídios e 58% dos sequestros do país. O tiro de Capriles, portanto, saiu pela culatra.

Deve o chavismo, contudo, se preocupar com as derrotas em dois estados fronteiriços com a Colômbia: Táchira e Zulia. Onde ocorrem intensos confrontos com o paramilitarismo colombiano que, no passado, tentaram derrubar Chávez através de Golpe de Estado.

Se Lula e Dilma tivessem feito o que fez Chávez e faz Maduro não teriam caído. A aliança tem de ser feita é com o povo e não com figuras sinistras, direitistas e corruptas o que acabou nos levando para o Golpe e para o caos em que vivemos.


André de Paula - advogado da Frente Internacionalista dos Sem-Teto(FIST) e membro da Anistia Internacional.

Contatos:
Correio eletrônico:fist17@gmail.com
https://www.facebook.com/frenteinternacionalista.fist
http://fistrj.blogspot.com.br
(21) 99606-7119 (Celular - WhatsApp)


Nenhum comentário: