André
de Paula
O
Brasil, diferente de outros países, não puniu os torturadores,
apesar desse crime ser hediondo. Além disso, a Comissão Nacional da
Verdade (CNV) errou ao omitir o genocídio praticado contra cerca de
oito mil indígenas pela ditadura empresarial militar de 64. O
requinte de perversidade incluiu desde torturas a crianças até
mortes por crucificação, uso de dinamite, envenenamento no açúcar
doado misturado com estriquinina
e arsênico, disseminação de varíola e venda de crianças, muitas
vezes, chegando mesmo à liquidação de tribos inteiras com o
intuito de tomar as terras e praticar trabalho escravo, conforme
heroico relatório do procurador Jader de Figueiredo Correa, falecido
em suspeito acidente de ônibus após ter recebido inúmeras ameaças
de morte. Ele percorreu cerca de dezesseis mil quilômetros quadrados
visitando aldeias a pedido do então ministro do interior Afonso
Augusto de Albuquerque, produzindo em 1967 sete mil páginas.
Este documento riquíssimo em detalhes passou anos engavetado no Museu do Índio, teve sua divulgação proibida pelos militares que tomaram apenas a providência de mudar o nome de SPI ( Serviço de Proteção ao Índio) para FUNAI (Fundação Nacional do Índio). Portanto, o mais adequado seria chamar a CNV de CNMV (Comissão Nacional da Meia Verdade).
O presidente recentemente eleito, capitão Bolsonaro, adepto dos métodos empregados pelos portugueses quando da invasão de nosso país (saques, estupros, assassinatos, roubo de terras e etc) quer, na verdade, ao dizer que os indígenas são preguiçosos e tem muitas terras, expulsá-los para entregar as terras e os aquíferos às vorazes mineradoras.
Temos a obrigação de tentar reverter esta situação com a luta pela demarcação das terras pertencentes aos índios que são os verdadeiros donos do país e aqui no Rio defender a Aldeia Maracanã, antigo Museu do Índio, próximo ao estádio de mesmo nome, onde a tortura já campeou também no período ditatorial. Este espaço foi heroicamente retomado pelos indígenas após o criminoso, violento e ilegal desalojamento feito pela quadrilha de Cabral e Pezão que então governava o Estado que, de maneira nebulosa, queria doar o território para estacionamento da Odebrecht uma vez que o próprio passou da União para a mão do Estado do Rio de maneira totalmente questionável. Pretendem os povos originários transformar o imóvel em uma Universidade Indígena, mantendo as terras do entorno para aldeamento onde já estão vivendo, plantando e reflorestando para subsistência, prática de manejo, construção do saber ministrado na Universidade, colheita dos frutos da terra para estudantes e residentes, com a interação da população que desconhece esta grave realidade.
O
novo governador do Rio, Witzel, seguidor da política do capitão,
apesar de ter sido juiz federal, declarou que pretende apenas
reformar o prédio, doando a terra para a construção de shopping. Temos que impedir a
continuação do extermínio da cultura mãe que os novos governantes
querem perpetuar.
André
de Paula é membro da Anistia Internacional e advogado da Frente
Internacionalista dos Sem Teto –FIST.
Contatos:
Correio
eletrônico: fist17@gmail.com
(21)
99606-7119 (Celular - WhatsApp)
Um comentário:
VANGUARDA ORIGINÁRIA REVOLUCIONÁRIA !!
ALDEIA VIVA MARAKÁ´NÁ, RESISTE !!
RESISTIR, EXISTIR !!
NENHUM DIREITO A MENOS !!
ALDEIA RESISTE !!
DR, ANDRÉ DE PAULA, RESISTE !!
DR. ARÃO GUAJAJARA, RESISTE !!
JOSÉ URUTAU GUAJAJARA, RESISTE !!
MONICA LIMA, RESISTE !!
MONICA BELL, RESISTE !!
MAYNUMI ,RESISTE !!
ASHANINKA, RESISTE !!
MARCELO TEMBÉ, RESISTE !!
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